quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Natal com Jesus ou Papai Noel?

Entre os "tempos fortes" da Pastoral Familiar, ganham especial destaque a celebração do Natal e a Festa da Sagrada Família.

Esta ocorre no domingo após o Natal. Se não o fizemos ainda, vale a pena provocar uma conversa em família, visando a construir um consenso e, assim escolher a melhor maneira de celebrar esse momento duplo e precioso para todos. Para que tais festas sejam, de fato, um excelente investimento para a família, é necessária uma boa preparação. O tempo litúrgico do Advento nos favorece esse encontro com Cristo que veio, que vem e que virá glorioso.

Comprometidos com a bandeira da família, não percamos esta oportunidade privilegiada de fazer o bem.

A Novena do Natal

A Novena do Natal marcou e continuará marcando a vida de muitas de nossas comunidades. Ela acontece num momento favorável. No meio de muitas famílias cristãs até parece que, no período de preparação para o Natal, todos ficam contagiados ou envolvidos por um clima especial. Quantos se tornam mais sensíveis para as coisas de Deus e mais abertos e acolhedores para com as necessidades dos outros!

Quem não conhece histórias de pessoas que reencontraram os caminhos da Igreja, voltaram às práticas religiosas e hoje vivem com entusiasmos a sua fé, histórias em que tudo começou com aquele convite bem feito para participar da Novena do Natal em família? E que continuou com o caloroso acolhimento a quem se sentia à margem da comunidade, com o envolvimento da pessoas nas orações, nos cantos, na reflexão partilhada da Palavra de Deus? não é verdade que todos se sentem bem quando percebem que são acolhidos, valorizados, amados? "Acolher bem é evangelizar", lembrava com insistência o saudoso Cardeal Aloísio Lorscheider.

Como se trata de um dos tempos fortes e um dos momentos privilegiados, a Novena do Natal merece toda a nossa atenção. É hora oportuna de grande investimento, certamente de muito trabalho, mas o tempo é favorável e os frutos para as famílias poderão retornar a ser altamente gratificantes.

Acolher a Deus que nos vem

"Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher"- proclama o apóstolo Paulo na Carta aos Gálatas.(Gl4,4.) "Deus quis nascer e crescer numa família humana. Deste modo, consagrou-a como caminho primário e efetivo de seu encontro com a humanidade". (Bento XVI, Ângelus, 31/12/06.)

Jesus nasceu em Belém, nome que significa "casa do pão". Foi posto numa "manjedoura", lugar em que se colocam os alimentos... Jesus é o alimento da humanidade.

Ele é o pão que dá a vida. sua vinda foi para que todos tivéssemos vida e vida em abundância.

O drama do primeiro Natal

O Evangelho de Lucas faz referência ao drama do primeiro Natal: "Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito.

Ela o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro de casa". (Lc 2,6-7,) Não havia lugar para eles...No Prólogo de seu Evangelho, João é mais incisivo ao refletir-se a esse drama do primeiro Natal: "Ele veio para os que eram seus e os seus não receberam. Ele, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus a todos aqueles que o receberam, isto é, aqueles que acreditam em seu nome". (Jo 1,11-12.)

A preparação para o Natal deve presispor-nos para acolher Jesus Cristo em nossa vida, em nossas famílias, em nossos ambientes de trabalho, em nossa cultura. É evidente que celebrar o Natal é bem mais do que simplesmente comemorar o nascimento de Jesus.

É preciso abrir as portas à sua orientação, pra que possam entrar em nossas famílias sua paz e salvação. Ele é alimentado, é vida, é luz. Que não se repita conosco o drama do primeiro Natal: "Ele veio para os que eram seus e os seus não o receberam". Pelo contrário, deve crescer em nossas famílias, neste proprício tempo de preparação para o Natal, o ardente desejo de sermos verdadeiramente discípulos missionários seus, para que nele nossa família e todas as famílias tenham a vida.

O grande presente de Natal

Se estivermos bem atentos ao tempo litúrgico do Advento, perceberemos que ele nos prepara para fazer a memória daquela criança pobre, deitada na manjedoura, mas que é preciso também estar atentos, porque ele vem a nós hoje de maneira diferente; é sobretudo na pessoa do irmão necessitado que ele quer ser reconhecido por nós O Advento alarga nosso horizonte sobre a vinda de Jesus: nacido pobre na gruta de Belém, acolhido por nós hoje na pessoa dos irmãos, ele virá glorioso na consumação dos tempos.

Na medida em que as tenções do Natal forem para Jesus, para o mistério de sua presença na realidade concreta de nossas famílias e comunidades, nosso Natal será mais cristão e menos consumista.

Mais dos que os presentes, teremos o grande presente que Deus Pai nos oferece e pede que acolhamos: o seu próprio Filho. Mais do que a comida farta, teremos aquele que é o Pão que dá a vida. Mais do que bebidas finas, teremos aquele que dará a água que se tornará a fonte que jorra para a vida eterna. (Cf. jo 4,14.)

Pra encerrar, eis algumas perguntas. Você vai ter um Natal com Jesus ou com Papai Noel? Quem vai enfeitar as janelas de sua casa (loja, escritórios, fábricas e outros ambientes): um presépio com Jesus, Maria e José ou Papai Noel com suas renas e pinheiros cobertos de neve, em pleno verão brasileiro? Quem dos dois morreu na cruz pelo povo? Quem dos dois existiu de fato e quem é apenas uma lenda? As crianças de sua família ouvirão falar mais de Jesus ou do Papai Noel? Enfim, a presença maior será mesmo de Jesus ou do velhinho de barbas brancas, grande sacerdote do deus consumo?

Fonte: O Lutador/Catolicanet

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