sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Presépio

Olhando o presépio encontramos basicamente três”figuras” que nos fazem pensar. As variações são muitas de personagens que a tradição Católica cristã incluem nesta “cena” tão importante relatada nos Evangelhos. Interessante observar que somente “quem” viveu este momento poderia ter relatado com tanta emoção e realismo este fato.

Nestes tempos de Natal toda a preocupação de consumo, alegria, descanso, encontros e até mesmo tristezas que alguns gostariam de não lembrar tiram a “centralidade” do significado do momento. “Quando “montamos” o presépio, que a tradição católica atribui a São Francisco, a intenção deve ser” rememorar ” o momento em que o Mistério da Encarnação pôde ser tocado pela humanidade inteira na pessoa de Maria e José. A promessa anunciada pelos Profetas finalmente se cumpre. Este sentido e significado podemos e devemos resgatar e também ensinar às crianças que gravam pelos olhos a “cena” que exprime este Mistério.

Não importa se é de papel, madeira, gesso, vidro, plástico... o que realmente importa é que como cristãos ele nos ajude a “celebrar” com alegria este Mistério do Emanuel, Deus Conosco, Príncipe da Paz que vem até nós para anunciar a Boa Notícia de Sua Justiça. Nos fazer participantes desta Boa Notícia como “portadores” pela fé, experiência, testemunho que Ele realmente está no meio de nós. Mesmo que haja ainda sinais que queiram negar isso.

No presépio não cabe Papai Noel, Renas, Ursinhos, Bonecos de Neve. O Presépio anuncia Jesus que vem até nós para ser presença em nosso meio. Celebre mesmo seu Natal. Não importa se mais rico de iguarias ou não. O que não pode faltar é o Senhor Jesus como o Centro da “Cena”, rodeado pela humanidade de Maria e José, centrados n’Ele que atrai outros que chegam de longe para recebê-Lo, que quer atrair você. Na noite de Natal após virem da celebração da Missa, antes de cearem, reúna sua família e leia o texto do Evangelho de Lucas 2, 1-19, cantem o Noite Feliz, se alegrem, se abracem pois é Natal ... Ele está no meio de nós.


Por Ir. Estevão da Esperança,SE
Fonte: Catolica Net

Acompanhe o destino de duas cartinhas enviadas ao Papai Noel

Nesta época do ano, milhares de crianças enviam suas cartas para os Correios, endereçadas ao Papai Noel. Na segunda reportagem da série especial "Uma carta para o Papai Noel", você vai acompanhar a trajetória de duas cartinhas colocadas no Correio. E vai ver como a generosidade pode fazer feliz quem recebe, mas principalmente quem oferece o presente.

As milhares de cartas que, todos os anos, as crianças colocam no correio endereçadas ao Papai Noel são abertas e colocadas à disposição de quem quiser ler e adotar os pedidos.

Em todo o País, foram recebidos 790 mil cartas no ano passado e metade foi adotada. Este ano, só até o dia 1º de dezembro o Papai Noel dos Correios já tinha recebido 370 mil cartas. O projeto tem trazido muita alegraia a quem escreve, a quem adota e a quem entrega sonhos nas portas das casas.

Assista à reportagem:


Reportagem de Magdalena Bonfiglioli
Fonte: Canção Nova


Festa a fantasia!!!!

Festa a fantasia
Onde: Espaço de eventos Mesa Farta
Quando: 19/Dezembro/2008
Horas: 22:00 h

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Aniversário de casamento de Jorge & Denise




Quanto alegria e emoção vocês devem estar sentindo nesse dia de hoje e tem toda a razão, pois fazer aniversário de casamento é solidificar algo que nasceu á algum tempo e que se solidificou com o tempo e com as virtudes que ambos possuem.

É maravilhoso para nós presenciar esta união cheia de saúde plena de confiança e respeito.

Estão completando mais uma data juntos, sabemos o quanto é importante a presença dos amigos que os acompanham nesta estrada, e este é o motivo especial desta mensagem.

Reafirmar nossa amizade e nossa eterna solidariedade em todos os momentos.

Que a beleza das flores em união com a presença de Deus neste dia especial continue a enfeitar a vida de ambos.

Parabéns e muitas felicidades para todos os dias em que viverem, sempre buscando se fortalecer em Deus e rogando por esperanças e fé para que nunca seja árdua a caminhada que ainda tem pela frente.

De coração nós lhe desejamos um feliz e um lindo dia, onde os corações amigos seja um incentivo para muitas outras conquistas.

Felicidades e aceite o nosso profundo carinho apreço!!!

Grupo Novos Amigos

Divulgada mensagem do Papa para Dia Mundial da Paz

Foi apresentada nesta quinta-feira, 11, no Vaticano, a mensagem do Papa Bento XVI para o 42º Dia Mundial da Paz (1º de Janeiro de 2009), que tem como tema "Combater a pobreza, construir a paz".

A conferência de imprensa contou com a presença do Cardeal Renato Rafael Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, e do respectivo secretário, Arcebispo Giampaolo Crepaldi.

Na mensagem, Bento XVI sublinha "a necessidade de uma resposta urgente da família humana à grave questão da pobreza, entendida como problema material, mas antes de mais moral e espiritual".

Leia a íntegra:

1. Desejo, também no Início deste novo ano, fazer chegar os meus votos de paz a todos e, com esta minha Mensagem, convidá-los a refletir sobre o tema: "Combater a pobreza, construir a paz". Já o meu venerado antecessor João Paulo II, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1993, sublinhara as repercussões negativas que acaba por ter sobre a paz a situação de pobreza em que versam populações inteiras. De fato, a pobreza encontra-se frequentemente entre os fatores que favorecem ou agravam os conflitos, mesmo os conflitos armados. Estes últimos, por sua vez, alimentam trágicas situações de pobreza. "Vai-se afirmando (...), com uma gravidade sempre maior – escrevia João Paulo II –, outra séria ameaça à paz: muitas pessoas, mais ainda, populações inteiras vivem hoje em condições de extrema pobreza. A disparidade entre ricos e pobres tornou-se mais evidente, mesmo nas nações economicamente mais desenvolvidas. Trata-se de um problema que se impõe à consciência da humanidade, visto que as condições em que se encontra um grande número de pessoas são tais que ofendem a sua dignidade natural e, consequentemente, comprometem o autêntico e harmónico progresso da comunidade mundial".1

2. Neste contexto, combater a pobreza implica uma análise atenta do fenômeno complexo que é a globalização. Tal análise é já importante do ponto de vista metodológico, porque convida a pôr em prática o fruto das pesquisas realizadas pelos economistas e sociólogos sobre tantos aspectos da pobreza. Mas a evocação da globalização deveria revestir também um significado espiritual e moral, solicitando a olhar os pobres bem cientes da perspectiva que todos somos participantes de um único projeto divino: chamados a constituir uma única família, na qual todos – indivíduos, povos e nações – regulem o seu comportamento segundo os princípios de fraternidade e responsabilidade.

Em tal perspectiva, é preciso ter uma visão ampla e articulada da pobreza. Se esta fosse apenas material, para iluminar as suas principais características, seriam suficientes as ciências sociais que nos ajudam a medir os fenómenos baseados sobretudo em dados de tipo quantitativo. Sabemos porém que existem pobrezas imateriais, isto é, que não são consequência direta e automática de carências materiais. Por exemplo, nas sociedades ricas e avançadas, existem fenómenos de marginalização, pobreza relacional, moral e espiritual: trata-se de pessoas desorientadas interiormente, que, apesar do bem-estar económico, vivem diversas formas de transtorno. Penso, por um lado, no chamado « subdesenvolvimento moral » 2 e, por outro, nas consequências negativas do « superdesenvolvimento ».3 Não esqueço também que muitas vezes, nas sociedades chamadas «pobres», o crescimento económico é entravado por impedimentos culturais, que não permitem uma conveniente utilização dos recursos. Seja como for, não restam dúvidas de que toda a forma de pobreza imposta tem, na sua raiz, a falta de respeito pela dignidade transcendente da pessoa humana. Quando o homem não é visto na integridade da sua vocação e não se respeitam as exigências duma verdadeira «ecologia humana »,4 desencadeiam-se também as dinâmicas perversas da pobreza, como é evidente em alguns âmbitos sobre os quais passo a deter brevemente a minha atenção.

Pobreza e implicações morais

3. A pobreza aparece muitas vezes associada, como se fosse sua causa, com o desenvolvimento demográfico. Em consequência disso, realizam-se campanhas de redução da natalidade, promovidas a nível internacional, até com métodos que não respeitam a dignidade da mulher nem o direito dos esposos a decidirem responsavelmente o número dos filhos 5 e que muitas vezes – facto ainda mais grave – não respeitam sequer o direito à vida. O extermínio de milhões de nascituros, em nome da luta à pobreza, constitui na realidade a eliminação dos mais pobres dentre os seres humanos. Contra tal presunção, fala o dado seguinte: enquanto, em 1981, cerca de 40% da população mundial vivia abaixo da linha de pobreza absoluta, hoje tal percentagem aparece substancialmente reduzida a metade, tendo saído da pobreza populações caracterizadas precisamente por um incremento demográfico notável. O dado agora assinalado põe em evidência que existiriam os recursos para se resolver o problema da pobreza, mesmo no caso de um crescimento da população. E não se há-de esquecer que, desde o fim da segunda guerra mundial até hoje, a população da terra cresceu quatro mil milhões e tal fenómeno diz respeito, em larga medida, a países que surgiram recentemente na cena internacional como novas potências económicas e conheceram um rápido desenvolvimento graças precisamente ao elevado número dos seus habitantes. Além disso, dentre as nações que mais se desenvolveram, aquelas que detêm maiores índices de natalidade gozam de melhores potencialidades de progresso. Por outras palavras, a população confirma-se como uma riqueza e não como um factor de pobreza.

4. Outro âmbito de preocupação são as pandemias, como por exemplo a malária, a tuberculose e a SIDA, pois, na medida em que atingem os sectores produtivos da população, influem enormemente no agravamento das condições gerais do país. As tentativas para travar as consequências destas doenças na população nem sempre alcançam resultados significativos. E sucede além disso que os países afectados por algumas dessas pandemias se vêem, ao querer enfrentá-las, sujeitos a chantagem por parte de quem condiciona a ajuda económica à actuação de políticas contrárias à vida. Sobretudo a SIDA, dramática causa de pobreza, é difícil combatê-la se não se enfrentarem as problemáticas morais associadas com a difusão do vírus. É preciso, antes de tudo, fomentar campanhas que eduquem, especialmente os jovens, para uma sexualidade plenamente respeitadora da dignidade da pessoa; iniciativas realizadas nesta linha já deram frutos significativos, fazendo diminuir a difusão da SIDA. Depois há que colocar à disposição também das populações pobres os remédios e os tratamentos necessários; isto supõe uma decidida promoção da pesquisa médica e das inovações terapêuticas e, quando for preciso, uma aplicação flexível das regras internacionais de protecção da propriedade intelectual, de modo que a todos fiquem garantidos os necessários tratamentos sanitários de base.

5. Terceiro âmbito, que é objecto de atenção nos programas de luta contra a pobreza e que mostra a sua intrínseca dimensão moral, é a pobreza das crianças. Quando a pobreza atinge uma família, as crianças são as suas vítimas mais vulneráveis: actualmente quase metade dos que vivem em pobreza absoluta é constituída por crianças. O facto de olhar a pobreza colocando-se da parte das crianças induz a reter como prioritários os objectivos que mais directamente lhes dizem respeito, como por exemplo os cuidados maternos, o serviço educativo, o acesso às vacinas, aos cuidados médicos e à água potável, a defesa do ambiente e sobretudo o empenho na defesa da família e da estabilidade das relações no seio da mesma. Quando a família se debilita, os danos recaem inevitavelmente sobre as crianças. Onde não é tutelada a dignidade da mulher e da mãe, a ressentir-se do facto são de novo principalmente os filhos.

6. Quarto âmbito que, do ponto de vista moral, merece particular atenção é a relação existente entre desarmamento e progresso. Gera preocupação o actual nível global de despesa militar. É que, como já tive ocasião de sublinhar, «os ingentes recursos materiais e humanos empregados para as despesas militares e para os armamentos, na realidade, são desviados dos projectos de desenvolvimento dos povos, especialmente dos mais pobres e necessitados de ajuda. E isto está contra o estipulado na própria Carta das Nações Unidas, que empenha a comunidade internacional, e cada um dos Estados em particular, a ‘‘promover o estabelecimento e a manutenção da paz e da segurança internacional com o mínimo dispêndio dos recursos humanos e económicos mundiais para os armamentos'' (art. 26)».6

Uma tal conjuntura, longe de facilitar, obstaculiza seriamente a consecução dos grandes objectivos de desenvolvimento da comunidade internacional. Além disso, um excessivo aumento da despesa militar corre o risco de acelerar uma corrida aos armamentos que provoca faixas de subdesenvolvimento e desespero, transformando-se assim, paradoxalmente, em factor de instabilidade, tensão e conflito. Como sensatamente afirmou o meu venerado antecessor Paulo VI, «o desenvolvimento é o novo nome da paz ».7 Por isso, os Estados são chamados a fazer uma séria reflexão sobre as razões mais profundas dos conflitos, frequentemente atiçados pela injustiça, e a tomar providências com uma corajosa autocrítica. Se se chegar a uma melhoria das relações, isso deverá consentir uma redução das despesas para armamentos. Os recursos poupados poderão ser destinados para projectos de desenvolvimento das pessoas e dos povos mais pobres e necessitados: o esforço despendido em tal direcção é um serviço à paz no seio da família humana.

7. Quinto âmbito na referida luta contra a pobreza material diz respeito à crise alimentar actual, que põe em perigo a satisfação das necessidades de base. Tal crise é caracterizada não tanto pela insuficiência de alimento, como sobretudo pela dificuldade de acesso ao mesmo e por fenómenos especulativos e, consequentemente, pela falta de um reajustamento de instituições políticas e económicas que seja capaz de fazer frente às necessidades e às emergências. A má nutrição pode também provocar graves danos psicofísicos nas populações, privando muitas pessoas das energias de que necessitam para sair, sem especiais ajudas, da sua situação de pobreza. E isto contribui para alargar a distância angular das desigualdades, provocando reacções que correm o risco de tornar-se violentas. Todos os dados sobre o andamento da pobreza relativa nos últimos decénios indicam um aumento do fosso entre ricos e pobres. Causas principais de tal fenómeno são, sem dúvida, por um lado a evolução tecnológica, cujos benefícios se concentram na faixa superior da distribuição do rendimento, e por outro a dinâmica dos preços dos produtos industriais, que crescem muito mais rapidamente do que os preços dos produtos agrícolas e das matérias primas na posse dos países mais pobres. Isto faz com que a maior parte da população dos países mais pobres sofra uma dupla marginalização, ou seja, em termos de rendimentos mais baixos e de preços mais altos.

Luta contra a pobreza e solidariedade global

8. Uma das estradas mestras para construir a paz é uma globalização que tenha em vista os interesses da grande família humana.8 Mas, para guiar a globalização é preciso uma forte solidariedade global 9 entre países ricos e países pobres, como também no âmbito interno de cada uma das nações, incluindo ricas. É necessário um «código ético comum »,10 cujas normas não tenham apenas carácter convencional mas estejam radicadas na lei natural inscrita pelo Criador na consciência de todo o ser humano (cf. Rm 2, 14-15). Porventura não sente cada um de nós, no íntimo da consciência, o apelo a dar a própria contribuição para o bem comum e a paz social? A globalização elimina determinadas barreiras, mas isto não significa que não possa construir outras novas; aproxima os povos, mas a proximidade geográfica e temporal não cria, de per si, as condições para uma verdadeira comunhão e uma paz autêntica. A marginalização dos pobres da terra só pode encontrar válidos instrumentos de resgate na globalização, se cada homem se sentir pessoalmente atingido pelas injustiças existentes no mundo e pelas violações dos direitos humanos ligadas com elas. A Igreja, que é «sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano »,11 continuará a dar a sua contribuição para que sejam superadas as injustiças e incompreensões e se chegue a construir um mundo mais pacífico e solidário.

9. No campo do comércio internacional e das transacções financeiras, temos hoje em acção processos que permitem integrar positivamente as economias, contribuindo para o melhoramento das condições gerais; mas há também processos de sentido oposto, que dividem e marginalizam os povos, criando perigosas premissas para guerras e conflitos. Nos decénios posteriores à segunda guerra mundial, o comércio internacional de bens e serviços cresceu de forma extraordinariamente rápida, com um dinamismo sem precedentes na história. Grande parte do comércio mundial interessou os países de antiga industrialização, vindo significativamente juntar-se-lhes muitos países que sobressaíram tornando-se relevantes. Mas há outros países de rendimento baixo que estão ainda gravemente marginalizados dos fluxos comerciais. O seu crescimento ressentiu-se negativamente com a rápida descida verificada, nos últimos decénios, nos preços dos produtos primários, que constituem a quase totalidade das suas exportações. Nestes países, em grande parte africanos, a dependência das exportações de produtos primários continua a constituir um poderoso factor de risco. Quero reiterar aqui um apelo para que todos os países tenham as mesmas possibilidades de acesso ao mercado mundial, evitando exclusões e marginalizações.

10. Idêntica reflexão pode fazer-se a propósito do mercado financeiro, que toca um dos aspectos primários do fenómeno da globalização, devido ao progresso da electrónica e às políticas de liberalização dos fluxos de dinheiro entre os diversos países. A função objectivamente mais importante do mercado financeiro, que é a de sustentar a longo prazo a possibilidade de investimentos e consequentemente de desenvolvimento, aparece hoje muito frágil: sofre as consequências negativas de um sistema de transacções financeiras – a nível nacional e global – baseadas sobre uma lógica de brevíssimo prazo, que busca o incremento do valor das actividades financeiras e se concentra na gestão técnica das diversas formas de risco. A própria crise recente demonstra como a actividade financeira seja às vezes guiada por lógicas puramente auto-referenciais e desprovidas de consideração pelo bem comum a longo prazo. O nivelamento dos objectivos dos operadores financeiros globais para o brevíssimo prazo reduz a capacidade de o mercado financeiro realizar a sua função de ponte entre o presente e o futuro: apoio à criação de novas oportunidades de produção e de trabalho a longo prazo. Uma actividade financeira confinada no breve e brevíssimo prazo torna-se perigosa para todos, inclusivamente para quem consegue beneficiar dela durante as fases de euforia financeira.12

11. Segue-se de tudo isto que a luta contra a pobreza requer uma cooperação nos planos económico e jurídico que permita à comunidade internacional e especialmente aos países pobres individuarem e actuarem soluções coordenadas para enfrentar os referidos problemas através da realização de um quadro jurídico eficaz para a economia. Além disso, requer estímulos para se criarem instituições eficientes e participativas, bem como apoios para lutar contra a criminalidade e promover uma cultura da legalidade. Por outro lado, não se pode negar que, na origem de muitos falimentos na ajuda aos países pobres, estão as políticas vincadamente assistencialistas. Investir na formação das pessoas e desenvolver de forma integrada uma cultura específica da iniciativa parece ser actualmente o verdadeiro projecto a médio e longo prazo. Se as actividades económicas precisam de um contexto favorável para se desenvolver, isto não significa que a atenção se deva desinteressar dos problemas do rendimento. Embora se tenha oportunamente sublinhado que o aumento do rendimento pro capite não pode de forma alguma constituir o fim da acção político-económica, todavia não se deve esquecer que o mesmo representa um instrumento importante para se alcançar o objectivo da luta contra a fome e contra a pobreza absoluta. Deste ponto de vista, seja banida a ilusão de que uma política de pura redistribuição da riqueza existente possa resolver o problema de maneira definitiva. De facto, numa economia moderna, o valor da riqueza depende em medida determinante da capacidade de criar rendimento presente e futuro. Por isso, a criação de valor surge como um elo imprescindível, que se há-de ter em conta se se quer lutar contra a pobreza material de modo eficaz e duradouro.

12. Colocar os pobres em primeiro lugar implica, finalmente, que se reserve espaço adequado para uma correcta lógica económica por parte dos agentes do mercado internacional, uma correcta lógica política por parte dos agentes institucionais e uma correcta lógica participativa capaz de valorizar a sociedade civil local e internacional. Hoje os próprios organismos internacionais reconhecem o valor e a vantagem das iniciativas económicas da sociedade civil ou das administrações locais para favorecer o resgate e a integração na sociedade daquelas faixas da população que muitas vezes estão abaixo do limiar de pobreza extrema mas, ao mesmo tempo, dificilmente se consegue fazer-lhes chegar as ajudas oficiais. A história do progresso económico do século XX ensina que boas políticas de desenvolvimento são confiadas à responsabilidade dos homens e à criação de positivas sinergias entre mercados, sociedade civil e Estados. Particularmente a sociedade civil assume um papel crucial em todo o processo de desenvolvimento, já que este é essencialmente um fenómeno cultural e a cultura nasce e se desenvolve nos diversos âmbitos da vida civil.13

13. Como observava o meu venerado antecessor João Paulo II, a globalização «apresenta-se com uma acentuada característica de ambivalência»,14 pelo que há- de ser dirigida com clarividente sabedoria. Faz parte de tal sabedoria ter em conta primariamente as exigências dos pobres da terra, superando o escândalo da desproporção que se verifica entre os problemas da pobreza e as medidas predispostas pelos homens para os enfrentar. A desproporção é de ordem tanto cultural e política como espiritual e moral. De facto, tais medidas detêm-se frequentemente nas causas superficiais e instrumentais da pobreza, sem chegar às que se abrigam no coração humano, como a avidez e a estreiteza de horizontes. Os problemas do desenvolvimento, das ajudas e da cooperação internacional são às vezes enfrentados sem um verdadeiro envolvimento das pessoas, mas apenas como questões técnicas que se reduzem à preparação de estruturas, elaboração de acordos tarifários, atribuição de financiamentos anónimos. Inversamente, a luta contra a pobreza precisa de homens e mulheres que vivam profundamente a fraternidade e sejam capazes de acompanhar pessoas, famílias e comunidades por percursos de autêntico progresso humano.

Conclusão

14. Na Encíclica Centesimus annus, João Paulo II advertia para a necessidade de «abandonar a mentalidade que considera os pobres – pessoas e povos – como um fardo e como importunos maçadores, que pretendem consumir tudo o que os outros produziram». «Os pobres – escrevia ele – pedem o direito de participar no usufruto dos bens materiais e de fazer render a sua capacidade de trabalho, criando assim um mundo mais justo e mais próspero para todos».15 No mundo global de hoje, resulta de forma cada vez mais evidente que só é possível construir a paz, se se assegurar a todos a possibilidade de um razoável crescimento: de facto, as consequências das distorções de sistemas injustos, mais cedo ou mais tarde, fazem-se sentir sobre todos. Deste modo, só a insensatez pode induzir a construir um palácio dourado, tendo porém ao seu redor o deserto e o degrado. Por si só, a globalização não consegue construir a paz; antes, em muitos casos, cria divisões e conflitos. A mesma põe a descoberto sobretudo uma urgência: a de ser orientada para um objectivo de profunda solidariedade que aponte para o bem de cada um e de todos. Neste sentido, a globalização há-de ser vista como uma ocasião propícia para realizar algo de importante na luta contra a pobreza e colocar à disposição da justiça e da paz recursos até agora impensáveis.

15. Desde sempre se interessou pelos pobres a doutrina social da Igreja. Nos tempos da Encíclica Rerum novarum, pobres eram sobretudo os operários da nova sociedade industrial; no magistério social de Pio XI, Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II, novas pobrezas foram vindo à luz à medida que o horizonte da questão social se alargava até assumir dimensões mundiais.16 Este alargamento da questão social à globalidade não deve ser considerado apenas no sentido duma extensão quantitativa mas também dum aprofundamento qualitativo sobre o homem e as necessidades da família humana. Por isso a Igreja, ao mesmo tempo que segue com atenção os fenómenos actuais da globalização e a sua incidência sobre as pobrezas humanas, aponta os novos aspectos da questão social, não só em extensão mas também em profundidade, no que se refere à identidade do homem e à sua relação com Deus. São princípios de doutrina social que tendem a esclarecer os vínculos entre pobreza e globalização e a orientar a acção para a construção da paz. Dentre tais princípios, vale a pena recordar aqui, de modo particular, o «amor preferencial pelos pobres»,17 à luz do primado da caridade testemunhado por toda a tradição cristã a partir dos primórdios da Igreja (cf. Act 4, 32-37; 1 Cor 16, 1; 2 Cor 8-9; Gal 2, 10).

«Cada um entregue-se à tarefa que lhe incumbe com a maior diligência possível » – escrevia em 1891 Leão XIII, acrescentando: «Quanto à Igreja, a sua acção não faltará em nenhum momento».18 Esta consciência acompanha hoje também a acção da Igreja em favor dos pobres, nos quais vê Cristo,19 sentindo ressoar constantemente em seu coração o mandato do Príncipe da paz aos Apóstolos: «Vos date illis manducare – dai-lhes vós mesmos de comer» (Lc 9, 13). Fiel a este convite do seu Senhor, a Comunidade Cristã não deixará, pois, de assegurar o seu apoio à família humana inteira nos seus impulsos de solidariedade criativa, tendentes não só a partilhar o supérfluo, mas sobretudo a alterar «os estilos de vida, os modelos de produção e de consumo, as estruturas consolidadas de poder que hoje regem as sociedades».20 Assim, a cada discípulo de Cristo bem como a toda a pessoa de boa vontade, dirijo, no início de um novo ano, um caloroso convite a alargar o coração às necessidades dos pobres e a fazer tudo o que lhe for concretamente possível para ir em seu socorro. De facto, aparece como indiscutivelmente verdadeiro o axioma «combater a pobreza é construir a paz».

Vaticano, 8 de Dezembro de 2008.

TIPOGRAFIA VATICANA

1 Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1993, 1.
2 Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio, 19.
3 João Paulo II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis, 28.
4 João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 38.
5 Cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio, 37; João Paulo II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis, 25.
6 Bento XVI, Carta ao Cardeal Renato Rafael Martino por ocasião do Seminário Internacional organizado pelo Conselho Pontifício « Justiça e Paz » sobre o tema « Desarmamento, desenvolvimento e paz. Perspectivas para um desarmamento integral » (10 de Abril de 2008): L'Osservatore Romano (13/IV/2008), p. 8.
7 Carta enc. Populorum progressio, 87.
8 Cf. João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 58.
9 Cf. João Paulo II, Discurso na Audiência às Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos [ACLI] (27 de Abril de 2002), 4: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XXV/1 [2002], 637.
10 João Paulo II, Discurso à Assembleia Plenária da Academia Pontifícia das Ciências Sociais (27 de Abril de 2001), 4: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XXIV/1 [2001], 802.
11 Concílio Ecum. Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium, 1.
12 Cf. Conselho Pontifício «Justiça e Paz», Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 368.
13 Cf. ibid., 356.
14 Discurso na Audiência a Dirigentes de Sindicatos de Trabalhadores e de grandes Empresas (2 de Maio de 2000), 3: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XXIII/1 [2000], 726.
15 N. 28.
16 Cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio, 3.
17 João Paulo II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis, 42; cf. Carta enc. Centesimus annus, 57.
18 Leão XIII, Carta enc. Rerum novarum, 45.
19 Cf. João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 58.
20 Ibid., 58.

Fonte: Canção Nova com Ecclesia

Companheirísmo entre os paroquianos


A vida cristã supõe vida de c o m u n i d a d e , nos diz o documento de Aparecida. A vida de comunidade se esforça para superar os egoísmos, fortalecendo a capacidade para a partilha e a solidariedade. Na vida do casal, partilha não é difícil quando existe amor e confiança. Quando amamos, somos capazes de fazer grandes coisas para as pessoas amadas. A separação dos casais é dolorosa, porque envolve amor e projetos. A vida perde muito de seu sentido. A separação e o conflito na vida comunitária também são dolorosos. E os conflitos são inevitáveis. Eles existirão e deverão nos ajudar a crescer, como deveria acontecer entre os casais. Depois de uma briga, que surja o crescimento na vida comunitária.

Os outros me dão a oportunidade de crescer, de superar-me e de descobrir quem sou eu. Dizem que Adão e Eva não tinham espelhos. E Adão perguntou para Eva: Como é minha cara? Qual é a cor dos meus olhos? Como sou eu? E Eva ia lhe mostrando quem e como ele era. Eva teria feito o mesmo com Adão. Nós nos descobrimos quem somos na comunidade. Só junto com os outros é que aprendemos a falar, a formular idéias e a nos comunicar. Sou quem sou junto e com os outros, dizem os sociólogos.

No entanto, não é qualquer pessoa que deve ser nosso espelho. Bons amigos são vitais em nossos relacionamentos. Já diziam os antigos: “Dize-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és”. Por isso, devemos ter critérios para escolher nossos amigos. Alguns têm amigos só por interesses, tais como: ter vantagens econômicas, votos em eleições, satisfazer o próprio egoísmo etc.

A paróquia, a Igreja, deveria ser o lugar onde poderíamos encontrar os melhores amigos. É que a iniciativa da escolha é do próprio Cristo, que escolheu os doze apóstolos. Não foram os apóstolos que se escolheram entre si. Por isso, entramos na comunidade paroquial sem escolher o lugar. A primeira carta aos Coríntios, cap. 12, nos diz que somos um corpo com muitos membros. Todos eles são importantes. Mas, não são os membros, tais como: mãos, pés, coração, olhos etc., que escolhem o lugar ou os outros membros. Somos introduzidos na comunidade, sem escolher o lugar. Amamos quem não escolhemos. Cristo colocou quem quis ao nosso lado e são essas pessoas que nos ajudarão e nos santificarão.

Cristo é o motivo que nos faz viver em comunidade. E nós nos envolvemos com ele na construção do Reino. Jesus e sua Missão ocupam o lugar central. Há pluralidade de tarefas, mas os objetivos são comuns, apesar de enfrentarmos conflitos. Por causa dos conflitos, espera-se que os membros desenvolvam o s va l o r e s e va n g é l i c o s : compreensão, perdão, ajuda... Aceitam-se as tensões como meios de crescimento. Se você deseja crescer, junte-se a nós e, no amor de Jesus, vivamos em comunidade, construindo um mundo novo com Jesus. Vivamos o companheirismo na paróquia.

Pe. Eugênio João Mezzomo,
Paróquia São Paulo da Cruz
CP, Pároco

Menino de 11 anos é primeiro brasileiro no coral do Vaticano


José Ferrari Neto se prepara para cantar na Missa do Galo, após forte competição.

A Missa do Galo deste ano, celebrada pelo papa Bento 16, vai contar pela primeira vez com a participação de um brasileiro no coral.

José Carlos Ferrari Neto, de 11 anos, conseguiu integrar o Coro Capela Sistina do Vaticano, um dos mais antigos e respeitados do mundo, depois de uma rigorosa seleção que durou quase um ano.

"Durante os testes, nos 'vocalises', ele ultrapassou o limite de agudo exigido, graças a uma extensão vocal privilegiada", disse à BBC Brasil José Carlos Ferreira Júnior, pai do soprano.

A prova, realizada nas paróquias católicas por toda a Itália, contou ainda com testes de canto e percepção musical, além de exames de fonoaudiologia em busca de algum problema de dicção.

Rotina

Nascido em Fortaleza (CE), "Neto", como o cantor é chamado em casa, se mudou com a família para Bari, na Itália, em 2006. O pai é regente de coral e pianista, e havia sido convidado para um intercâmbio no país.

"Foi nesta época que percebi que meu filho tinha talento para ingressar no coral do Vaticano", conta Ferreira Júnior. "Preparamos um repertório de quatro músicas, em português, inglês, italiano e francês, para apresentar nos exames."

Neto estudava o repertório nas horas vagas do curso de musica no Conservatório de Bari. Quando foi aprovado na Escola da Capela Sistina, a família se mudou para a periferia de Roma.

A rotina puxada incluía aulas aos sábados e disciplinas escolares regulares, além das musicais.

Afastamento

O Coro da Capela Sistina é formado por 20 adultos e 35 crianças. Na adolescência, por causa da mudança de voz, os integrantes são afastados, mas continuam a estudar na mesma escola. Depois de crescidos, eles se submetem a novos testes para permanecer no coral. "Acho que fico até os 14 anos e espero poder continuar depois", aposta Neto.

Ele não é o único estrangeiro no grupo: crianças de Filipinas, Japão, Polônia, África do Sul, Rússia e Inglaterra também integram o coral. Elas conversam entre si em italiano e brincam juntas nas poucas horas de folga.

Antes de subir ao palco, Neto cumpre uma pequena liturgia: "Eu e todos não devemos comer nada, pois não podemos correr o risco de passar mal e interromper o concerto", afirma ele.

O brasileiro já participou de apresentações na Itália e na Alemanha. Mas o principal evento ainda está por vir: o de cantar para bilhões de pessoas na noite de Natal, de dentro da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Neto diz que está cada vez mais afinado para fazer bonito diante do papa e do mundo católico. "A gente ensaia muito, não tem como errar e nem ficar nervoso", disse.

Fonte: G1

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Campanha para Evangelização acontece neste fim de semana

No próximo final de semana, dias 13 e 14, a Igreja de todo o Brasil realizará a Coleta Nacional da Campanha para a Evangelização 2008. O tema deste ano é "Acolhamos o Príncipe da Paz" e tem por objetivo arrecadar fundos para manter os projetos de evangelização promovidos em todo o país pela Igreja do Brasil, bem como conscientizar as pessoas para a importância do Natal solidário.

Do total arrecadado, 45% serão destinados às dioceses; 20% aos regionais e 35%, ao Fundo Nacional de Evangelização, administrado pelo Conselho Econômico da CNBB, e que garante recursos para o Secretariado Nacional e viabiliza projetos específicos de Evangelização.

"A Campanha para a Evangelização, além de estar em perfeita harmonia com o espírito do tempo do Advento, também tem a finalidade de angariar fundos que garantam a continuidade da obra evangelizadora no nosso país. Com o resultado da coleta nacional para a evangelização não só realizamos a manutenção da CNBB nacional e regional e a realização dos seus trabalhos como também financiamos projetos evangelizadores em todo o território nacional", explicou o presidente da Comissão Episcopal da Campanha para a Evangelização, Dom Raymundo Damasceno Assis, na apresentação do texto-base da Campanha.

Fonte: C.N.B.B.

Câncer será a doença mais fatal do planeta em 2010, diz OMS

O câncer deverá superar as doenças cardiovasculares como primeira causa de mortalidade no mundo em 2010, revela estudo do Centro Internacional de Pesquisas contra o Câncer da OMS (Organização Mundial de Saúde). O principal é o fator do aumento do tabagismo, principalmente em países em desenvolvimento.

Segundo o relatório, os casos de câncer dobraram entre 1975 e 2000, e devem duplicar novamente entre 2000 e 2020. Em 2030, o câncer poderá matar 17 milhões de pessoas, contra os 7,6 milhões de óbitos que provocou em 2007, adverte o relatório.

"Este rápido aumento dos casos de câncer representa um autêntico desafio para os sistemas do mundo", revela Peter Boyle, diretor do centro de pesquisas contra a doença.

A maioria dos países desenvolvidos restringiu o fumo em lugares públicos, incluindo locais de trabalho e restaurantes, o que contribuirá para uma redução ainda maior dos casos de câncer nos próximos anos, segundo o estudo.

No entanto, advertiu de que, perante o sucesso das campanhas, as empresas de cigarro concentraram sua atenção nas nações em desenvolvimento --principalmente China, Rússia e Índia--, onde são capazes de investir em "um nível de publicidade sem precedentes".

"Mais da metade dos casos e dois terços dos óbitos por câncer ocorrem nos países com nível de renda baixo ou médio. Os países em desenvolvimento, onde a população crescerá 38% até 2030, não têm meios para lutar de forma eficaz contra o câncer", destaca o relatório.

Fumo e má-alimentação

O consumo de cigarro, a dieta excessivamente rica em gordura e hábitos alimentares cada vez menos saudáveis favorecem o aumento do câncer. Esta combinação de fatores causa crescente estrago nos países emergentes, que copiam o modelo da vida ocidental.

Se não forem adotadas medidas para conter este avanço, poderá haver 27 milhões de casos de câncer a cada ano no planeta até 2030, e outras 75 milhões vivendo com a doença durante os cinco anos seguintes a seu diagnóstico.

Em 2007, foram registrados 12 milhões de novos casos de câncer, entre os quais 5,6 milhões ocorreram em países em desenvolvimento. No total, 7,6 milhões de pessoas morreram, sendo 4,7 milhões nos países em desenvolvimento.

O cigarro, consumido por cerca de 1,3 bilhão de pessoas no planeta, é a primeira causa evitável de mortalidade e de enfermidade.

"O controle do consumo de cigarro é o mais importante que podemos fazer para combater esta doença", ressaltou no ato o ciclista Lance Armstrong, ganhador de sete Tours da França, que foi diagnosticado com câncer de testículos em 1996 e ficou conhecido também por sua luta contra a doença.

Fonte: Folha Online

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Francês diz ter encontrado cura para o alcoolismo

Um médico lançou uma polêmica na França ao alegar em um livro que pode ter descoberto a cura para o alcoolismo.

Olivier Ameisen, um dos mais conceituados cardiologistas do país, alega que ele mesmo conseguiu abandonar o vício usando uma droga hoje receitada para relaxar os músculos chamada baclofen.

O livro em que narra sua experiência, Le Derrier Verre (“O Último Copo”, em tradução livre) ele pede para que cientistas façam testes clínicos para provar que o baclofen elimina o desejo de beber.

A popularização do livro por meio da imprensa francesa levou muitos alcoólatras a buscarem o mesmo tratamento, e alguns médicos de fato revelaram que seus pacientes tiveram sucesso ao usar a droga contra o alcoolismo.

Mas outros especialistas mantêm o ceticismo, advertindo para o perigo por trás das chamadas “curas milagrosas”.

“Precisava de álcool”

Ameisen era professor de cardiologia na Universidade Cornell, de Nova York, e em 1994 abriu um lucrativo consultório em Manhattan.

Mas, acometido de um forte sensação de insegurança – ele se sentia como “um impostor esperando ser desmascarado” – ele passou a procurar alívio em grandes doses de uísque e gim.

“Eu detestava o gosto do álcool. Mas eu precisava de seus efeitos para existir em sociedade”, diz o livro.

O médico diz que tentou todos os recursos conhecidos para acabar com sua dependência. Entre 1997 e 1999, ele passou um total de nove meses confinado em clínicas para alcoólatras, mas nada funcionou.

Temendo pela segurança de seus próprios pacientes, Ameisen decidiu parar de atendê-los e voltou a Paris. Então, em 2000, ele leu um artigo sobre um americano que foi tratado com baclofen para espasmos musculares, mas alegou que, durante o tratamento, sentiu que ficou mais fácil abandonar seu vício em cocaína.

Estudos adicionais revelaram que a droga ajudava cobaias a se livrarem do vício em álcool ou cocaína. Contudo, para a surpresa do cardiologista, especialistas em dependência desconheciam o baclofen.

Em março de 2002, ele começou a testar a droga em si mesmo com doses diárias de cinco miligramas.

“Os efeitos iniciais foram um relaxamento muscular mágico e um sono de bebê”, disse Ameisen. Quase imediatamente, ele passou a sentir menos vontade de beber.

Gradualmente, ele aumentou para a dosagem máxima de 270 mg e então se viu “curado”. Hoje, usa, de 30mg a 50 mg por dia.

“Meu caso é o primeiro em que um tratamento médico suprimiu completamente o vício em álcool”, alega. “Hoje, eu posso beber um copo e não tem efeito. Acima de tudo, eu não tenho aquela necessidade irresistível de beber.”

Best seller

Le Derrier Verre se transformou em um best seller na França, levando milhares de alcoólatras em recuperação a pedir que seus médicos lhe receitassem baclofen.

Alguns médicos decidiram ignorar que a droga não está oficialmente liberada para tratar alcoolismo e dizem ter testemunhado excelentes resultados.

“Eu o prescrevi a dois alcoólatras que realmente estavam no fim da linha. Para ser honesto, foi bem milagroso”, disse o doutor Renaud de Beaurepaire, do hospital Paul-Guiraud, da cidade de Villejuif, perto de Paris.

Em Genebra, o doutor Pascal Garche disse ter submetido 12 pacientes ao tratamento, dos quais sete mostraram notável melhoria.

“Nunca tive reações como estas antes. Não podemos ignorar descobertas como essa”, disse.

Mas especialistas temem que a badalação da mídia a respeito do “remédio” de Ameisen esteja ofuscando a complexa natureza do alcoolismo.

“Incentivar pessoas a pensar que há uma substância milagrosa é entender errado completamente a natureza do alcoolismo e é extremamente irresponsável”, disse o doutor Michel Reynaud, do hospital Paul-Brousse, em Paris.

Alain Rigaud, presidente da Associação Nacional para a Prevenção do Alcoolismo e da Dependência da França, também tem suas reservas. “Nós precisamos de testes abrangentes para determinar como a droga age, se é eficiente e em qual dose, e se é verdadeiramente inofensiva no logo prazo”, disse.

“Mas mesmo se a droga realmente funcionar, isso não significa que só a droga, isoladamente, é a solução.”

Fonte: Catolica Net

domingo, 7 de dezembro de 2008

Padre já vendeu 1,5 milhão de CDs

Com 11 CDs lançados e o primeiro DVD a caminho, o mineiro Fábio de Melo, 37, diz que nunca estudou música: "É só intuição'

"O celibato está a meu favor, não vejo restrição", diz ele, que lançou em setembro seu CD mais recente, "Vida", com tiragem de 500 mil

Em três meses, ele vendeu 500 mil CDs, mas não é nenhum astro de ritmos pop. É padre, faz música com elementos religiosos, critica a Teologia da Libertação, defende o celibato como sua opção de vida e relata já ter tido seus "namorinhos" antes da ordenação. Ele é o mineiro Fábio de Melo, 37, para quem a música e o sacerdócio são indissociáveis.

"Eu não consigo dissociar a minha vida da música", diz, para em seguida completar: "Para mim, ser padre é, antes de tudo, um jeito de ser. Tudo aquilo que eu faço é um desdobramento de ser padre".

Dessa mistura de fé, música e devoção, surgiram 11 CDs, que venderam 1,5 milhão de cópias. Lançado em setembro pela LGK/Som Livre, o último, "Vida", tem tiragem de 500 mil.

Curiosamente, o padre Fábio de Melo, que toca violão, diz que nunca estudou música. "É só intuição mesmo."

Mas música e fé tiveram origem familiar. Seu pai "tocava moda de viola" e em sua casa ouvia-se Tom, Chico e Caetano. Ao mesmo tempo, sua família cultivava "uma vida cristã muito ativa" em Formiga (MG).

A banda do seminário

O gosto pela música cresceu quando entrou no seminário, aos 16 anos, em Lavras (MG). Formou com outros seminaristas uma banda que "revolucionou o seminário" e animava as missas. "Isso me incentivou muito a acreditar que o trabalho de padre também poderia estar diretamente ligado a um trabalho musical."

No seminário, o padre Fábio não era interno. Estudou em colégios e faculdade abertos à comunidade e se ordenou aos 31 anos. É dessa época, antes da ordenação, que ele fala com a maior naturalidade de suas experiências amorosas.
"Tive meus namorinhos, sim. Não tem como amadurecer uma opção pelo celibato sem que você tenha se apaixonado também. Eu não fiquei padre porque não tive opções. Poderia ter construído uma família, mas não foi um desejo meu. Namorei, paquerei muito. Isso faz parte da vida."

Hoje em dia, ele se diz um celibatário convicto e relata que o assédio que sofre por parte dos fãs é muito mais "virtual [por e-mail] do que real".

"O celibato está a meu favor. Eu não o vejo como uma restrição, eu o vejo como uma possibilidade. Fazer o trabalho que eu faço, levar a vida que eu levo, só é possível sendo como eu sou, assumindo o celibato como uma proposta de vida."

O padre-cantor acredita, porém, que a Igreja Católica, no futuro, ordenará homens casados -e o celibato será uma opção que ele não abrirá mão.

Sobre outra questão polêmica da Igreja, a Teologia da Libertação, ele é crítico.

"Ela teve uma contribuição muito grande por abrir um espaço de reflexão, mas, por outro lado, banalizou muito a dimensão do rito e daquilo que é sagrado. Não precisa disso. A vida é sagrada."

Com mestrado em antropologia teológica e ex-professor universitário, o padre diz: "O Evangelho já me serve. Não preciso de outra ideologia. A postura de Jesus me orienta".

Ele também rejeita o rótulo de conservador e afirma que o maior desafio da Igreja Católica no Brasil é melhorar sua comunicação: "Temos de qualificar a vida ritual. Dar mais beleza e alegria às nossas celebrações. O rito é muito mecânico".
É algo a que ele se dedica em seu programa semanal de TV na Canção Nova, em seus livros e em seus shows, cuja renda (excluídos os custos) afirma ser revertida para obras sociais da Igreja ou de outras instituições.

Fará isso também numa nova mídia: seu primeiro DVD será gravado mês que vem no Rio de Janeiro, com renda destinada parcialmente à Sociedade Viva Cazuza e a outra instituição vinculada à Igreja.

O segredo do sucesso, ele conta, está em falar de modo simples ao público. "Faço questão de evangelizar a partir de questões cotidianas. Esse era o fascínio de Jesus. Ele falava de joio, de trigo."

Por Pedro Soares
Fonte: Folha de São Paulo