sábado, 20 de novembro de 2010

História dos Cinemas de Vitória da Conquista

Cine Madrigal: último cinema de rua de Vitória da Conquista

Nivaldo Araújo, natural de Itaquara (BA), foi proprietário de cinco salas de cinema em Vitória da Conquista; instalou seu 1º cinema, o “Cine Ritz”, onde antes funcionava o “Cine Vitória”, no prédio da antiga “Rádio Clube de Conquista”, pois o “Vitória” já estava desativado. Logo depois Nivaldo o vendeu para “Juvenal Calumbi” (uma empresa de cinema de Salvador). Isso ocorreu assim que Nivaldo adquiriu o “Cine Glória” de Frederico Maron (Itabuna-Ba), que havia construído o 1º Glória. Nivaldo reformou o prédio, mudando-lhe a fachada. O “Glória” tinha capacidade para 600 pessoas. Esse 2º Glória só foi desativado em 1992, quando o Grupo Cinematográfica Nivaldo O. Araújo Ltda., empresa de Nivaldo que controlava todos os cinemas de Conquista nos anos 70, 80 e 90, vendeu o prédio para a Igreja “Universal do Reino de Deus”.
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O 2º Glória, com sua “nova” fachada (década de 1970), hoje
é a “Igreja Universal do Reino de Deus” da Francisco Santos.

Em julho de 1971 Nivaldo Araújo já havia adquirido os outros três cinemas da cidade: o Eldorado, o Riviera e o Madrigal. O “Eldorado” pertencia ao grupo de Petrônio Sales, que explorava o prédio de propriedade de José Isidoro da Silva Primo (dono do posto de gasolina que funcionava na frente ao cinema). O Eldorado tinha capacidade para 300 pessoas. Mais tarde, Nivaldo devolve o prédio a Isidoro, extingue o Eldorado e constrói um prédio na Avenida Itabuna (bairro Brasil) e instala ali o “Trianon”, por volta de 1974, com capacidade para 500 pessoas. Mais tarde Nivaldo vende o prédio do Trianon para a Igreja Universal.
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Cine Riviera: uma das fachadas de cinema mais clássica
do Brasil foi derrubada pelo “Econômico” para dar lugar ao
prédio da atual loja ”Insinuante” na Barão do Rio Branco
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O “Riviera” pertencia ao grupo de Petrônio Sales, Joaquim Teixeira e Cláudio Cordeiro, que havia adquirido o “Cine Conquista” de João Picopel e mudado o nome para “Riviera”. Tinha capacidade para 550 pessoas. Picopel e Inocêncio, por sua vez, tinha comprado o cinema de Jeremias Gusmão. Depois, Nivaldo Araújo vendeu o prédio ao Banco Econômico, para ser derrubado e construído no local a nova agência, inaugurada em 1984. Por fim, o “Madrigal”, que foi adquirido de Gentil Alves (Jânio Quadros-Ba). Gentil construiu o prédio da “Galeria Madrigal”. “O cinema foi inaugurado no dia 22 de maio de 1968, com a exibição da fita A Noite dos Generais“, lembra Edilno Ferreira Macedo, gerente do Madrigal na época e que foi colega de banco de Nivaldo e Enésio (os três trabalharam no Econômico e os três tinham vinculações com cinema). “No dia da inauguração tinha capacidade para 1.022 lugares”, complementa Edilno, que lutou até o fim para que o Madrigal não fosse fechado em Conquista, mesmo depois que a “Art Filmes” o adquiriu em 1996, fechou em 2001 e reabriu em setembro de 2002. Ícone da antiga geração de amantes da 7ª arte de Conquista, o Madrigal, infelizmente, teve seu fechamento definitivo no dia 30 de julho de 2007. 

Por Luís Fernandes


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