sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Vitória da Conquista celebra a padroeira

JUSCELINO SOUZA
Jornal A Tarde

Somente os serviços essenciais, como Samu, plantões da Coelba e da Embasa funcionam em Vitória da Conquista (509 km de Salvador) hoje, devido ao feriado para festejos em louvor a Nossa Senhora das Vitórias, padroeira do município. A data também marca o jubileu de ouro da diocese.

Instalada há 50 anos, a diocese experimentou inovações ao longo dos tempos até ser elevada à condição de arquidiocese, por meio da bula assinada pelo papa João Paulo II em 2002.

O primeiro arcebispo a tomar posse foi o atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha. Atualmente na arquidiocese da cidade de Mariana, interior de São Paulo, dom Geraldo foi um dos convidados da organização da festa neste ano. Também este ano, pela primeira vez, as noites do novenário tiveram como celebrantes bispos da Bahia e de outros Estados, como Rio Grande do Norte, Piauí e Minas Gerais.

O novenário foi aberto dia 6 pelo bispo de Caicó, Rio Grande do Norte, dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, seguido da celebração do bispo de Livramento de Nossa Senhora, dom Armando Bucciol, e o de Caetité, dom Ricardo Guerrino Brusati. Dia 9, a celebração foi conduzida pelo bispo de Ilhéus, dom Mauro Montagnoli; dia 10, pelo de Itabuna, dom Ceslau Stanukla; e dia 11, por dom Cristiano Jakob, de Jequié. Ontem, o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, encerrou o novenário. As comemorações em louvor à padroeira acontecem na Catedral de Nossa Senhora das Vitórias, na Praça Tancredo Neves. O ponto alto dos festejos é a caminhada pelas ruas da cidade, no final da tarde, após a alvorada.

PROMESSA – Em 1782, soldados de João Gonçalves da Costa e os índios estavam em guerra. Os soldados, já fatigados, buscavam forças para continuar o confronto.

Na madrugada posterior a um dia intenso de luta, diante da fraqueza de seus homens, João Gonçalves da Costa teria prometido a Nossa Senhora das Vitórias construir uma igreja naquele local, caso saíssem dali vencedores.

A promessa foi um estímulo aos soldados que, revigorados, conseguiram cercar e aniquilar os índios, que caíram no alto da colina, onde foi erguida a antiga igreja, demolida em 1932.

A festa para a santa também já teve uma parte profana, mas hoje é essencialmente religiosa. Alguns saudosistas recordam as festas de largo, ao redor da praça, com as barraquinhas de comidas e bebidas típicas. A tradição sobreviveu até os anos 80 e 90, sendo depois transferida para a Praça Sá Barreto, com quermesse, leilões e shows. Em 1992, a festa profana entrou em decadência e foi extinta, enquanto a parte sagrada se manteve integrada à vida religiosa e cultural de Vitória da Conquista.

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