quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Casas Bahia finalmente leva seu modelo de varejo à Bahia

Desde que a Casas Bahia começou a fazer anúncios em rede nacional de televisão, no horário nobre, os consumidores baianos aguardam a chegada da maior companhia de varejo do País. O Esporte Clube Bahia ainda disputava a primeira divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol (caiu para segunda, esteve na terceira e atualmente tenta retornar à classe principal da competição), quando se falava que a empresa presidida por Michael Klein patrocinaria o time baiano e utilizaria a força popular do Esquadrão de Aço para abrir as portas do mercado da Boa Terra, onde está a matriz da concorrente Lojas Insinuante, maior rede de varejo do Nordeste.


Agora, cinqüenta anos após a pequena loja do mascate Samuel Klein ter sido aberta em São Caetano, na região metropolitana de São Paulo, o negócio que leva o nome Casas Bahia, em homenagem aos nordestinos que migraram para a região, finalmente planeja sua chegada à Bahia. Há cerca de dois meses, um representante da empresa procurou o Governo do Estado da Bahia para tomar conhecimento da documentação necessária à obtenção de um terreno. Recentemente as negociações foram iniciadas na Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial do Estado (Sudic), com o objetivo de encontrar uma área para a implantação do centro de distribuição (CD), que deverá abastecer, inicialmente, entre 10 e 15 lojas da rede na capital baiana.

O mais recente CD inaugurado pela empresa foi em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em 2006. A empresa investiu cerca de R$ 120 milhões no terreno de 180 mil m de área construída, com a criação de 1,8 mil empregos diretos. O depósito tem capacidade para atender todo o Estado do Rio, além da região leste de Minas Gerais e Espírito Santo. A varejista tem ainda mais seis CDs, sendo três no Estado de São Paulo (Jundiaí, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo), um em Campo Grande (MS) e um em Betim (MG). A empresa ainda conta com cinco entrepostos (Porto Alegre, Itajaí, Maringá, Porto Alegre, Goiânia e Brasília). Somados, esses depósitos têm uma capacidade de armazenamento de 7,4 milhões de m.

"A entrada da Casas Bahia no Nordeste é só uma questão de tempo", confirma a assessoria de imprensa da varejista. No entanto, a empresa não divulga qual sua estratégia de abertura de lojas. A movimentação de seus executivos na região é freqüente e não se limita a busca de espaço para o centro de distribuição. Recentemente, a Metro Planejamento e Comercialização, responsável pela venda da segunda etapa do Salvador Shopping, recebeu a visita de diretores da Casas Bahia, que manifestaram o interesse da rede em participar da expansão do centro de compras. Com investimento de R$ 150 milhões, o shopping do Grupo JCPM vai agregar mais 201 lojas, sendo duas megalojas e quatro âncoras, às atuais 263. A ampliação está prevista para ser concluída em outubro do ano que vem.O Shopping Bela Vista, que integra o projeto de um complexo residencial e comercial da incorporadora JHSF, no qual estão previstos investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão, é outro endereço certo da Casas Bahia em Salvador. O empreendimento, no entanto, só deverá estar em funcionamento daqui a três anos.

O Shopping Iguatemi Salvador, que sofre com a falta de espaço para novas expansões, não foi descartado, já que ainda tem a possibilidade de fazer acomodações de lojas, embora sua superintendente, Marta de Vito, prefira não se manifestar sobre o assunto. O Shopping Paralela, em construção, por sua vez, já vem negociando para receber a Casas Bahia como uma de suas âncoras.

A notícia da chegada da Casas Bahia ao Nordeste, tendo Salvador como porta de entrada, é dada como certa por dirigentes de sindicatos de lojas do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. "É um assunto recorrente entre nós", afirma o presidente do Sindicato de Lojistas da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta. De acordo com ele, é fato a decisão da família Klein investir no Nordeste. "Eles vão chegar agressivamente para se firmar no mercado e devem começar a operação em 2010. A fase de implantação já começou. Estão à procura de terrenos e lojas para aquisição", garante.

O ensaio da rede varejista para entrar no estado que lhe dá o nome já tem quase uma década. Entre os motivos para o impedimento da definitiva implantação, já se falou até sobre a existência de um acordo tácito com a Insinuante, no qual as duas se comprometiam a não invadir os redutos da outra. A especulação é rechaçada pela direção da rede baiana. Na avaliação do presidente Luiz Carlos Batista, a Insinuante foi uma companhia que cresceu com a concorrência. "Há 15 anos, quando éramos muito menores, havia várias redes regionais e nacionais, como a Arapuã e Mesbla, e sobrevivemos, crescemos e nos tornamos a quarta rede do País. Hoje estamos presente em todos os estados do Nordeste e mais Espírito Santo e Rio de Janeiro", diz.

Em contrapartida, são famosos os boatos sobre acordos entre a Insinuante e redes de varejos locais, como os supermercados Nordestão, para a compra e arrendamentos de terrenos nas grandes capitais, a fim de impedir a entrada da rede paulistana. O que explica os esforços da Casas Bahia em fechar negociações com os shoppings centers.

A Casas Bahia não será a primeira grande rede do Sul/Sudeste a entrar no mercado baiano. No ano passado, a Insinuante começou a enfrentar o Ponto Frio Digital - e há quatro anos tem na disputa a mineira Ricardo Eletro. Batista vê positivamente a concorrência. "O concorrente faz com que a gente se torne mais eficiente, mais ágil. Nesses últimos 30 anos, desde quando assumi a companhia, percebi que, se não fosse a concorrência, provavelmente nós não teríamos as 250 lojas que temos hoje. Estaríamos acomodados numa lojinha em Vitória da Conquista, onde tudo começou com meu pai há 48 anos", diz. Este ano, a Insinuante está investindo R$ 100 milhões e inaugura mais 50 lojas. O plano de expansão prevê 20 novas unidades para fortalecer a posição na região nordestina e outros 30 pontos-de-venda para desbravar os mercados do Amazonas e Pará, estreando no Norte brasileiro. A meta é fechar 2008 com um total de 300 lojas. Com crescimento de 10% e faturamento estimado de R$ 1,85 bilhão no ano passado, a empresa também diversifica sua atuação, com o lançamento da linha de cosméticos By IN. Em 2008, está previsto ainda o reposicionamento da companhia no comércio eletrônico.

A história da chegada da Casas Bahia a Salvador envolve também a Ricardo Eletro, segunda maior rede do estado. Há algum tempo eram fortes os boatos de que o empresário Ricardo Nunes estaria negociando a transferência do controle para a família Klein. Nada foi confirmado. A Ricardo Eletro, por sua vez, investe na expansão da rede. Na Bahia, onde tem a segunda maior receita, atrás apenas de Minas Gerais, estão previstas quatro novas unidades. Outros pontos-de-vendas estão programados para Minas, além da estréia no Rio de Janeiro. A meta é fechar 2008 com 300 lojas.

Paralelamente, a Casas Bahia segue forte sua estratégia de expansão. No ano passado, a empresa estreou em dois mercados - Mato Grosso e Espírito Santo -, agregando mais três milhões de clientes à rede. E criou sua própria empresa de contac center, a CB Contact Center, voltada para serviços terceirizados de atendimento ao cliente.

A empresa conta hoje com mais de 560 lojas. Em 2007, foram inauguradas 48 unidades e, se considerado o histórico da rede nos últimos cinco anos, a varejista deve, ao menos, repetir essa performance em 2008. No ano passado, o faturamento da empresa em sua base de 29 milhões de clientes chegou a R$ 13 bilhões, com uma alta de 13% sobre 2006. Do total de faturamento, 50% são carnês, 40% cartões de crédito e 10% pagamentos a vista.

O foco da empresa continua a ser as classes populares, apesar dos esforços para também atrair as classes A/B, especialmente com a abertura de lojas em shoppings voltados para o público com maior poder aquisitivo, o que também deverá acontecer em Salvador. A cidade é uma das mais dinâmicas do País, segundo o Atlas do Mercado Brasileiro 2008, publicado pela Gazeta Mercantil. O Índice de Potencial de Consumo em Salvador mostra um crescimento da renda da população no ano passado de 16,05% sobre o ano anterior, para R$ 24,94 bilhões. O potencial de consumo de aparelhos celulares aumentou 61,46%; o de eletrodomésticos subiu 13,03% e o de móveis aumentou 9,18% em 2007 sobre o ano anterior.

Fonte: (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1) Por: (José Pacheco Maia Filho e Regiane de Oliveira)

3 comentários:

Unknown disse...

Desejo a Casas Bahia... seja bem vinda a Salvador!
Desejo trabalhar com você CASAS BAHIA!
Abraços a todos!
Simone Oliveira
SSA-BA

Anônimo disse...

ola!!! pessoal que bom a chegada de vcs. isso significa crescimento para a capital bahiana e mais oportunidade de emprego para todos,sejam bem vindos

joelma disse...

ola pessoal muito bom ter vc aqui em salvador mais melhor ainda e ter as casas bahia ser estendida suas lojas para os interiores principalmente em jequie onde eu moro quero ainda que as loja virtual venda e entregue para todos nos aqui do interiorpois gostaria de ser seu cliente mais por causa da entrega ainda nao conseguirespero que agora com a loja mais perto de todos nos baianos teremos estar oportunidade