domingo, 4 de abril de 2010

É preciso retirar as vestes de morte e revestir-se com novas vestes

Ao presidir a Vigília Pascal, ápice das celebrações da Semana Santa que se encerram hoje, 4, Domingo de Páscoa, o Papa Bento XVI convidou os fiéis a se libertarem das “vestes de morte”, que são os pecados, com as quais não se pode estar diante de Deus. Com esta renúncia "damos a mão a Cristo, para que Ele nos guie".

Essas "vestes velhas", são as "obras da carne", assim denominadas pelo apóstolo Paulo, que as designa na Carta aos Gálatas: “fornicação, libertinagem, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, intrigas, discórdias, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a essas” (cf. Gal 5, 19ss).

A fé cristã nos ensina que, no Batismo, somos revestidos com a nova veste de Deus, mas essa mudança de vestes é um processo que dura toda a vida. "Aquilo que acontece no Batismo é o início de um processo que abarca toda a nossa vida – torna-nos capazes de eternidade, de tal modo que, na veste de luz de Jesus Cristo, podemos aparecer diante de Deus e viver com Ele para sempre".

Em sua homilia, o Santo Padre citou uma antiga lenda judaica, contida no livro “A vida de Adão e Eva”. “A história conta que Adão, em sua última doença, mandou o filho Set junto com Eva à região do Paraíso em busca do óleo da misericórdia, que poderia curá-lo”. Segundo a lenda, o anjo Miguel, que estava no local, não lhe entregou o óleo, explicando que depois de 5.500 anos viria o amoroso Rei Cristo, o filho de Deus, e todos que acreditassem Nele seriam untados com o óleo da misericórdia.

Bento XVI destacou que também hoje os homens andam à procura de tal substância curativa. "A ciência médica atual, incapaz de excluir a morte, procura, contudo, eliminar o maior número possível das suas causas, adiando-a sempre mais; procura uma vida sempre melhor e mais longa".

O Papa afirmou que “a erva medicinal contra a morte deveria ser diferente. Não deveria levar apenas ao prolongamento indefinido da vida, mas transformar a nossa vida de dentro para fora, criando em nós uma vida nova” - apontou o Papa.

E afirmou: "Sim, a erva medicinal contra a morte existe. Cristo é a árvore da vida, que se fez novamente acessível. Se aderimos a ele, então estamos na vida", e concluiu, "o Senhor ressuscitado nos dá a alegria: a verdadeira vida".

Como acontece tradicionalmente, na Missa da Vigília Pascal, o Papa administrou o Batismo, o Crisma e a Primeira Comunhão a seis catecúmenos preparados pelo Vicariato de Roma: dois homens provenientes do Japão e da Rússia, e quatro mulheres, uma originária da Somália, uma do Sudão e duas da Albânia.

Fonte: Canção Nova

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