sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Jesus condenou toda discriminação

Tal a ordem admirável de Jesus: “Amai-vos uns aos outros”. Ao dar este preceito sem fazer ressalva alguma, Cristo jogava por terra a discriminação que surgira na longínqua Índia onde as cintilas de fogo divino que se originaram da cabeça de Braman constituíam a casta sacerdotal e intocável dos Brâmanes, representantes terrestres da divindade. Os Katryas, casta militar a emanarem do peito de Braman e dos pés desta deidade a sairem os desprezados Xudras, casta servil. Agora todos são iguais e deveriam ser igualmente amados.

Naquele instante se lançava o princípio que destruiria o fundamento de qualquer tipo de escravidão, como ocorrera no Egito onde nas minas, nas pedreiras, nas construções gigantescas milhares de escravos foram cruelmente tratados.

O pai não poderia mais ser um déspota, subjugando a mulher e os filhos o que até então ocorrera. Não se justificava mais a venda e o desprezo das crianças ou seu morticínio, o que era legalizado na legislação e tantas cidades gregas e romanas. Sacrifícios humanos estavam definitivamente condenados por esta norma de amor, dado que ao preceituar a dileção ampla, sem limites Cristo já havia revelado um Pai que muito amava suas criaturas e não se deleitava com a seva imolação das mesmas.

Os criminosos já não poderiam ser jogados de uma maneira tão desumana rochedo abaixo à semelhança do que acontecia em Roma na célebre Rocha Tarpéia.

Era uma nova ordem que se instalava no mundo ao influxo de um amor que deveria envolver todos os seres racionais, porque estes eram amados de Deus.

Naquele instante Jesus anatematizava solenemente todo orgulho, toda arrogância. De agora em diante seus discípulos deveriam mostrar ao mundo que todos eram um só coração, uma só alma.

Tudo que a Antigüidade ensinara até então quanto ao relacionamento humano ruía, pois ali estava um Deus lavando os pés de seus discípulos, mostrando que realmente o homem tem uma dignidade que impõe a união de todos. Jesus Cristo podia dizer que o seu mandamento era novo, por que Ele foi o único a fundamentar o preceito do amor numa irmandade que flui da paternidade de Deus, da regeneração pelo mesmo sangue divino, pela destinação à uma glória comum.

Uma nova mentalidade surgia que patenteou a igualdade absoluta de todos os homens perante o Ser Supremo. Jesus mostrava a beleza do amor e sublinhava com um exemplo magnífico um mandamento sagrado. Ao colocar sua grandeza infinita a serviço de seus servos Cristo inseria na História algo impagável que fixaria para seus epígonos uma rota definitiva. O amor ao próximo seria o distintivo do verdadeiro seguidor do Filho de Deus.

Através da História a Igreja de Jesus Cristo irradiaria por toda parte o grande mandamento, multiplicando gestos heróicos a favor do semelhante, combatendo sempre todo tipo de discriminação social.


Por Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Local:Mariana (MG)

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