Jesus e os Profissionais da Saúde
Jesus é aquele que “passou fazendo o bem e sarando” a tantos (Atos 10,38). Inúmeros os que a Ele acorriam. Aliás, Ele se fez homem por nós, para curar-nos de nossas enfermidades. A dor com seu cortejo de sofrimentos levanta um questionamento para o homem de todos os tempos e lugares e o leva a reconhcer sua finitude. Entretanto, além da faceta do padecimento físico, o certo é que a saúde indica força vital. Sendo um direito da cidadania é um dever do Estado preservá-la e dela cuidar, expressão que isto é de organização social e econômica. Na sua trajetória terrena Jesus deparou enfermos em seu derredor. Compadeceu-se do mal de que sofriam os homens e sentiu compaixão (Mt 20,34), mas agia sempre. Fez-se o modelo de todos os profissionais da saúde, tendo curado as enfermidades. Por isso Ele foi o Salvador não só das almas, mas também dos corpos. Ele inspira aos que se dedicam à saúde gestos grandiosos que a milhares libertam das várias causas das moléstias. Ele aponta os mais sábios meios para deter qualquer doença. Indica os recursos mais apropriados para os males do corpo e do espírito. Desde o ventre materno mostra os melhores caminhos para superar as deficiências que surgem, precavendo contra qualquer enfermidade. Jesus é verdadeiramente o Caminho para uma dedicação competente aos que padecem qualquer mal psicossomático. Sendo também a Verdade, Ele estimula a encontrar sempre as mais eficientes técnicas no vasto campo da medicina, pois Ele “é a luz que ilumina todo homem que vem a este mundo”, desde que se esteja sob esta luminosidade divina, em busca da verdade com a qual Cristo se identificou (Jo 14,6). É que a verdade compreende também a aletheia grega, ou seja, o saber científico, a veritas latina que é a certeza, a exatidão, e emunah que no hebraico significa a confiança pessoal. Tudo isto é aspecto fundamental no agir de um profissonal da saúde. Assim, Cristo, Verdade substancial, faz destas ações curativas um saber científico, uma fidelidade à palavra e uma credibilidade que firma as expectativas dos clientes. Deste modo aparecem os profetas de fagueiras esperanças que se realizam no final feliz do tratamento eficiente, porque feito com sabedoria; honesto, porque dentro do orçamento razoável e dentro dos prazos previstos; humano, porque se firmam expectações que não são meras miragens. Para cada profissional da saúde resta um outro prêmio, recompensa muito superior ao ganho material: a certeza do dever cumprido, do compromisso saldado, da responsabilidade que fulgiu de uma solidariedade feita de bondade e retidão. Barrada fica a retrógrada relação autoritária profissional-paciente, postura de resultados práticos desastrosos em tantas clínicas de antanho. À luz da sabedoria de Jesus se esclarecem adequadamente os propósitos, os riscos, os custos e alternativas do tratamento e tudo executado dentro daquele respeito mútuo que caracteriza o epígono do Salvador. Ele, porém, acrescentou que é a Vida. Assim, nele se encontram também a paz, a beatitude, a imperturbabilidade que são o anseio máximo do ser racional, enquanto goza do dom de existir. Isto por que, como bem se expressou Karl Adam, o homem e Cristo “são ambos como a pergunta e a resposta, como o desejo e sua realização. Quem acha em Cristo a resposta à sua pergunta e a realização de seu desejo, está salvo”. É Cristo que leva o profissional da saúde a agir sempre dentro das normas da biosegurança, da prevenção, da ética e legislação vigente, sem qualquer forma de discriminação, numa pugna constante pela seguridade social em altos níveis qualitativos.Por Côn. José Geraldo Vidigal de CarvalhoProfessor no Seminário de Mariana (MG) de 1967 a 2008.Fonte: Catolicanet
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