terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Jesus e os Profissionais da Saúde

Jesus é aquele que “passou fazendo o bem e sarando” a tantos (Atos 10,38). Inúmeros os que a Ele acorriam. Aliás, Ele se fez homem por nós, para curar-nos de nossas enfermidades. A dor com seu cortejo de sofrimentos levanta um questionamento para o homem de todos os tempos e lugares e o leva a reconhcer sua finitude. Entretanto, além da faceta do padecimento físico, o certo é que a saúde indica força vital. Sendo um direito da cidadania é um dever do Estado preservá-la e dela cuidar, expressão que isto é de organização social e econômica. Na sua trajetória terrena Jesus deparou enfermos em seu derredor. Compadeceu-se do mal de que sofriam os homens e sentiu compaixão (Mt 20,34), mas agia sempre. Fez-se o modelo de todos os profissionais da saúde, tendo curado as enfermidades. Por isso Ele foi o Salvador não só das almas, mas também dos corpos. Ele inspira aos que se dedicam à saúde gestos grandiosos que a milhares libertam das várias causas das moléstias. Ele aponta os mais sábios meios para deter qualquer doença. Indica os recursos mais apropriados para os males do corpo e do espírito. Desde o ventre materno mostra os melhores caminhos para superar as deficiências que surgem, precavendo contra qualquer enfermidade. Jesus é verdadeiramente o Caminho para uma dedicação competente aos que padecem qualquer mal psicossomático. Sendo também a Verdade, Ele estimula a encontrar sempre as mais eficientes técnicas no vasto campo da medicina, pois Ele “é a luz que ilumina todo homem que vem a este mundo”, desde que se esteja sob esta luminosidade divina, em busca da verdade com a qual Cristo se identificou (Jo 14,6). É que a verdade compreende também a aletheia grega, ou seja, o saber científico, a veritas latina que é a certeza, a exatidão, e emunah que no hebraico significa a confiança pessoal. Tudo isto é aspecto fundamental no agir de um profissonal da saúde. Assim, Cristo, Verdade substancial, faz destas ações curativas um saber científico, uma fidelidade à palavra e uma credibilidade que firma as expectativas dos clientes. Deste modo aparecem os profetas de fagueiras esperanças que se realizam no final feliz do tratamento eficiente, porque feito com sabedoria; honesto, porque dentro do orçamento razoável e dentro dos prazos previstos; humano, porque se firmam expectações que não são meras miragens. Para cada profissional da saúde resta um outro prêmio, recompensa muito superior ao ganho material: a certeza do dever cumprido, do compromisso saldado, da responsabilidade que fulgiu de uma solidariedade feita de bondade e retidão. Barrada fica a retrógrada relação autoritária profissional-paciente, postura de resultados práticos desastrosos em tantas clínicas de antanho. À luz da sabedoria de Jesus se esclarecem adequadamente os propósitos, os riscos, os custos e alternativas do tratamento e tudo executado dentro daquele respeito mútuo que caracteriza o epígono do Salvador. Ele, porém, acrescentou que é a Vida. Assim, nele se encontram também a paz, a beatitude, a imperturbabilidade que são o anseio máximo do ser racional, enquanto goza do dom de existir. Isto por que, como bem se expressou Karl Adam, o homem e Cristo “são ambos como a pergunta e a resposta, como o desejo e sua realização. Quem acha em Cristo a resposta à sua pergunta e a realização de seu desejo, está salvo”. É Cristo que leva o profissional da saúde a agir sempre dentro das normas da biosegurança, da prevenção, da ética e legislação vigente, sem qualquer forma de discriminação, numa pugna constante pela seguridade social em altos níveis qualitativos.

Por Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana (MG) de 1967 a 2008.

Fonte: Catolicanet

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