segunda-feira, 21 de julho de 2008

Mutirão para entrega de 1,7 milhão de cartas na Bahia

Os carteiros baianos começam nesta terça-feira, 22, um mutirão para entregar as 1,7 milhão de correspondências em atraso. Desde 1º de julho a categoria estava em greve e retoma o trabalho amanhã, depois de conquistar alguns benefícios. Cerca de 85% do material acumulado é de Salvador. Por isso, todos os carteiros terão de trabalhar duas horas a mais durante a semana para entregá-las. Nos sábados e domingos um efetivo maior de carteiros será deslocado para que o estoque seja desfeito em até dez dias.

O retorno ao trabalho foi decidido na manhã desta segunda, em assembléia na antiga sede dos Correios, no Comércio. Na ocasião, os trabalhadores dos Correios na Bahia aceitaram a decisão tomada no último sábado em Brasília, quando representantes da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) chegaram a um acordo junto com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios (Fentect).

Em todo País, foi estabelecido um abono de 30% no salário-base de 43 mil carteiros nas áreas de distribuição e coleta externa. Aos demais trabalhadores da distribuição e aos atendentes em guichê de agência, a empresa manterá um benefício de R$ 260.

EFETIVO – De acordo com o diretor-regional dos Correios, Cláudio Garcia, cerca de 1.100 carteiros estavam de braços cruzados em Salvador e Região Metropolitana, além das cidades de Feira de Santana, Juazeiro e Vitória da Conquista.

“Agora teremos de trabalhar muito diante da demanda em atraso. Só não foi pior porque 30% dos funcionários não aderiram a greve", pontua Garcia.

Apesar da aparente tranqüilidade na relação trabalhista, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Sincotelba), Reinaldo Leal, lembra que existem duas pendências: o projeto de participação nos lucros e o Plano de Carreiras, Cargos e Salários.

Sobre a participação nos lucros, o sindicalista lembra que a categoria irá continuar negociando para que haja uma distribuição de renda igual para todos. Hoje, a participação nos lucros é maior para os gestores e menor para o trabalhadores da área operacional.

Outra cobrança é a implantação do Plano de Carreiras, Cargos e Salários. "O plano foi aprovado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa. É a única chance do funcionário progredir na empresa. Hoje, os carteiros não conseguem ser promovidos a cargos técnicos e administrativos", completa.

NEGOCIAÇÕES – A presidente do Sincotelba, Simone Lopes, afirma que em agosto os representantes dos Correios voltam a se reunir com a Fentect para discutir os itens em aberto. Sobre os dias de paralisação, ficou acertado que os grevistas não serão descontados, uma vez que o período de greve será compensado durante o mutirão com um banco de horas.

Outra reclamação é que, durante os dias de greve, os trabalhadores tiveram benefícios cortados, como a gratuidade no cartão de meia-passagem (Salvador Card) e o vale-alimentação.

No entanto, os representantes dos Correios garantiram que esses itens serão devolvido assim que os funcionários voltarem aos seus postos de trabalho.

“Fica um saldo positivo nessa greve. Os trabalhadores perceberam que as reivindicações são justas, em especial o plano de cargos e salários", completa a presidente do Sincotelba, Simone Lopes.

Fonte: A Tarde

Um comentário:

Anônimo disse...

É isso aí carteiros! Vamos trabalhar bastante agora, pois ficaram 20 dias "ajudando peixe", agora terão que trabalhar dobrado!