“O Ano da Fé deverá exprimir um
esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos
fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua
síntese sistemática e orgânica”, disse o Papa Bento XVI, na Carta
Apostólica Porta Fidei, pela qual proclamou o Ano da Fé.
Rodeados
de intenções, propostas e desafios, dois verbos se destacam no contexto
do Ano da Fé: redescobrir e estudar. Estas são as duas ações que a
Igreja Católica pretende desenvolver neste ano cujo o eixo central é a
Fé.
“A Porta da Fé está aberta a todos”, disse o Papa, mas
todos estão dispostos a entrar por ela? Esta Porta que introduz os fiéis
na comunhão com Deus não é uma porta alargada, mas, estreita. Talvez
seja por isso que Bento XVI denominou o processo de conhecimento da fé
como um “esforço generalizado”, ou seja, não basta crer, é preciso se
esforçar para conhecer e, então, crer melhor.
Os atos de
“redescobrir e estudar” conclamam uma corajosa e disposta atitude para
uma empreitada de trabalhos em prol de uma fé madura e fundamentada.
Mas, por que é tão importante conhecer a Fé? Não bastaria apenas crer em Deus?
De
acordo com o Padre Antônio Luiz Catelan Ferreira, Assessor da Comissão
Episcopal para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), conhecer a fé é a base de tudo. “A fé é um ato livre, é
um ato plenamente pessoal. Por isso mesmo envolve o conhecimento dos
conteúdos da fé. Faz parte da própria estrutura do ato de fé buscar a
compreensão daquilo que se crê.
O padre afirma que o
conhecimento da fé não se trata de uma escolha aleatória ou algo que se
acrescenta à vida do cristão, antes, é algo que está nos fundamentos do
ato de crer. Do contrário, segundo Padre Antônio, a fé sofreria um
esvaziamento, sem chegar à sua totalidade.
O fiel que procura
conhecer melhor a fé gera em si mesmo o aumento do amor por Deus, diz o
padre. Quanto mais se conhece a fé, mais se conhece Deus e esse
conhecimento produz o desejo de estar cada vez mais unido a Ele. O fato
de não conhecer a fé pode frear a sua dinamização própria, ou seja, pode
limitá-la aos conhecimentos kerigmáticos que o fiel tem de Deus.
Metodologias de estudo
Considerando
a necessidade de estudar a fé, com o mesmo ou maior empenho com que se
estuda outros conteúdos nas escolas e universidades, a Igreja oferece
meios para que esse trabalho se desenvolva. De acordo com padre Antônio,
nas paróquias e dioceses concentram-se as principais formas e
metodologias para o estudo da fé. Aqueles que querem ingressar nesta
“escola da fé” precisam ficar atentos às formações que acontecem nas
Igrejas locais.
Com frequência, são promovidos Círculos
Bíblicos, cursos de Teologia para leigos, encontros de formação,
Escolas Bíblicas dentre outros eventos. Pode-se ainda contar com leigos
que, preparados pela diocese, podem trabalhar na formação dos demais
fiéis.
Os meios de comunicação também são uma alternativa
para potencializar o processo de formação. Há TV’s, rádios e sites na
internet que disponibilizam conteúdo formativo, de cunho doutrinal,
eclesial, litúrgico, bíblico e que podem somar aos esforços das Igrejas
locais na formação dos fiéis.
Outra dica de padre Antônio é
a elaboração de uma “escola da fé”, ou seja, encontros onde se possa
estudar o Catecismo e a Bíblia de forma conjunta, mesclando o conteúdo
dos dois elementos, sem criar oposição entre eles.
Mas, o padre
lembra: “é preciso cuidar desses cursos para que haja sempre uma
maneira eclesial de ler a Palavra de Deus. Que sejam cursos em que a
palavra do Magistério seja acolhida com integridade e sem suspeitas.”
Material de estudo
A
Bíblia e o Catecismo Católico são os principais materiais de estudo
recomendados pela Igreja para aqueles que almejam corresponder ao apelo
do Papa, neste Ano da Fé. Porém, padre Antônio recomenda ainda como
fonte de conhecimento da fé os documentos do Concílio Vaticano II e do
Magistério, além dos conteúdos sobre a História da Igreja Católica.
Com os avanços das novas tecnologias, tornou-se acessível a todos estes materiais. No site do Vaticano (www.vatican.va) pode-se encontrar um arsenal de textos e documentos oficiais que irão auxiliar nos estudos. O Catecismo da Igreja Católica (CIC)
está disponível pela internet e em muitas livrarias católicas. Além
disso, o Catecismo conta com uma versão jovem do seu conteúdo: o YouCat,
um presente de Bento XVI aos jovens com uma linguagem adequada a eles.
Portanto, não ter acesso aos materiais não servirá de pretexto para quem
quer conhecer melhor a Fé.
Por André Luiz
Fonte: Canção Nova
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